PIB do Brasil mostra queda no investimento; gastos do governo e consumo das famílias sobem

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou na última terça-feira (5) o resultado do PIB (Produto Interno Bruto) do terceiro trimestre. Segundo o instituto, a economia brasileira cresceu 0,1% no período. O número chama atenção, já que tanto os indicadores de alta frequência quanto o consenso do mercado apontavam para um resultado diferente.

Mas além disso, é importante analisar alguns pontos isoladamente.  Richard Rytenband, analista-chefe da Convex Research, mostra que o resultado do PIB vem sendo puxado pelo consumo das famílias e pelos gastos do governo. Já os investimentos, que são um dos principais motores do crescimento de longo prazo de uma economia, seguem em queda, como mostra o gráfico:

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Em um podcast recente, Rytenband comentou sobre os resultados de curto prazo que fazem com que o país tenha sempre “voos de galinha” – ou seja, não consiga emplacar um crescimento relevante ao longo dos anos.  “Olhando os motores de crescimento de longo prazo da economia, percebemos que estamos muito longe de ter um crescimento robusto da economia Brasileira”, afirmou.

De acordo com o economista, modelo de crescimento do Brasil faz com que o país não consiga ter um avanço em ritmo sustentável.

“Qualquer estímulo na nossa economia no curto prazo gera pressões inflacionárias, então por isso que a gente acaba sempre em um voo de galinha”, disse.

Com essa dificuldade de crescimento, ainda devemos enfrentar uma nova onda inflacionária pela frente, o que também deve acontecer em diversos outros países do mundo com mais um aumento de estímulos fiscais e monetários pelos bancos centrais.

A situação fiscal brasileira também é bastante preocupante.  “As contas públicas estão muito ruins. O Brasil está voltando a gastar muito mais do que arrecada. E nós já vimos esse filme antes: queda na arrecadação, com aumento da despesa, provoca aumento do endividamento do país”, alertou.

Logo que o arcabouço fiscal foi apresentado, em março deste ano, Rytenband levantou uma série de pontos que o tornavam frágeis e pouco eficiente para resolver a difícil situação das contas públicas brasileira.

Segundo o analista-chefe da Convex, o arcabouço já “nasceu mais frágil”, por ser implementado via Lei Complementar. “O teto de gastos era uma emenda constitucional e exigia muito esforço por qualquer mudança – por exemplo gastar além do teto”, diz.

Outro ponto destacado pelo economista é o fato do arcabouço prever aumento real de despesa, ou seja, além da inflação. “Isso era algo que o teto de gastos justamente evitava”, pontua.

Ele também apontou o fato do plano apresentado por Haddad ter um incentivo ao aumento da carga tributária, já que o aumento de receitas libera aumento de despesas.

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