Convex Day: um resumo do evento memorável e repleto de insights
Na última terça-feira (24), os investidores puderam participar de mais uma edição do Convex Day, nosso aguardado evento presencial realizado no Hotel Unique, em São
Investidores lendários que se provaram no tempo, como Warren Buffett, Jim Simons e Ray Dalio, têm algumas características em comum. Além de estarem sempre com a própria pele em risco (o famoso ‘skin in the game’), eles são mestres na arte da sobrevivência e souberam investir priorizando a preservação de capital.
“Eles sabem que a ordem do trajeto importa e são sempre humildes perante a incerteza”, diz Richard Rytenband, economista e CEO da Convex Research.
Isso nos leva ao a mais um ponto, que é a convexidade das exposições de todos eles. Afinal, seus investimentos são feitos de forma com que sempre percam pouco se estiverem errado e ganhem muito todas as vezes que suas teses estiverem certas.
Aliás, se você acha que esses grandes mestres se abalam com os possíveis erros que venham a cometer, está enganado. Eles têm uma estratégia bem definida, com a possibilidade de falha sempre calculada.
“Além de se libertarem da crença que é preciso comprar na mínima e vender na máxima, eles sabem que quando se expõem de forma convexa, a frequência de acertos não é o mais importante”, diz Rytenband.
Por saberem que os mercados nem sempre são eficientes, esses megainvestidores também aproveitam como poucos os momentos de desequilíbrios, distorções e as anomalias de preços.
“Todos estes são princípios de investimentos que eu aplico e que creio serem essenciais para quem deseja se manter investidor até o último dia de vida. Uma mensagem aos jovens investidores: incorpore essas características no seu dia a dia. Não relute em aplicar. Coloque em prática”, aconselha o CEO da Convex Research.
Warren Buffett
Considerado por muitos o maior investidor do mundo, Warren Buffett é presidente da holding de investimentos Berkshire Hathaway e um dos maiores expoentes do value investig, tipo de análise que ele aperfeiçoou com seu mentor Benjamin Graham.
Nascido em 1930 na pequena cidade de Omaha, no estado norte-americano de Nebraska, ele é atualmente a quinta pessoa mais rica do mundo, com uma fortuna estimada em US$ 83 bilhões, de acordo com a Forbes.
Aos 90 anos, Buffett ainda está na ativa e entre as ações que sua empresa de investimentos possui estão Apple, Coca-Cola, Bank of America e American Express. (clique aqui para ler a matéria sobre Warren Buffett)
Jim Simons
Nascido no ano de 1938, em uma pequena cidade no estado de Massachusetts, Jim Simons é considerado um dos maiores matemáticos do mundo. Durante quase 30 anos, Simons trabalhou na área de geometria e topologia das variedades, desenvolvendo uma série de teorias e ajudando empresas com seus modelos matemáticos.
Seu enorme conhecimento de modelagem financeira o levou para Wall Street. Em 1988, aos 50 anos, Simons fundou a Renaissance Technologies. Desde 1988, o fundo Medallion, criado por ele, tem um retorno anualizado médio de nada menos do que 39% já líquido de taxas de administração e de performance, o que o coloca entre os fundos de investimentos mais rentáveis do planeta.
Ray Dalio
Ray Dalio é fundador da Bridgewater Associates, a maior gestora de hedge funds do mundo, com cerca de US$ 140 bilhões sob custódia e mais de 1.500 funcionários. Nascido em Nova York, Dalio começou a investir com 12 anos e fundou a Bridgewater em 1975, dois anos após concluir um MBA na Harvard Business School.
A gestora fundada por ele utiliza a estratégia de alocação conhecida como de “risk parity“, que significa, em português, “paridade de risco”. Significa que o portfólio iguala as contribuições de risco de cada classe ativos e utiliza a alavancagem como ferramenta de ponderação de volatilidade.
Muito cuidado com aqueles que só falam
Não é difícil encontrar pessoas com pouca experiência no mercado, mas que já se autoproclamam como grandes investidoras. Ancoradas em uma estratégia de marketing agressiva, muitas delas se propõe a ensinar o segredo para a riqueza e prosperidade e saem por aí vendendo “fórmulas mágicas”.
Muitos desses “gurus” inclusive utilizam o termo skin in the game (pele em risco) para tentar chancelar a sua atuação no mercado financeiro. Eles argumentam que investem o próprio dinheiro, portanto, tudo que estão recomendando para os seus seguidores é aquilo que eles próprios fazem.
Mas cuidado. O conceito de skin in the game tem uma premissa para este tipo de caso: sempre que existe potencial de dano coletivo – ou seja, muitas pessoas perderem dinheiro – além da pele em risco, é necessário considerar quais foram os resultados durante um grande período de tempo.
“O skin in the Game pode ser uma ferramenta extremamente útil para filtrar as informações a que nos expomos, desde que sejamos capazes de analisar aqueles que se provaram no tempo colocando a própria pele em risco”, afirma Richard Rytenband.
Em resumo, sempre que houver possibilidade de prejudicar muitas pessoas, o skin in the game não basta. É necessário também mostrar resultados consistentes ao longo do tempo.
Um trecho do livro Pele em Jogo (Skin in The Game), de Nassim N. Taleb, pontua: “Há coisas que surgem na natureza sem qualquer explicação, mas aquilo que permanece é porque tem uma razão importante para isso”.
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