Em cinco anos, IGP-M subiu quase o mesmo que o Ibovespa

Entre outubro de 2016 e setembro de 2021, o retorno nominal do Ibovespa (principal índice de ações da B3) foi de 80%. Já o IGP-M (Índice Geral de Preços-Mercado), índice de inflação calculado pela Fundação Getúlio Vargas, apresentou inflação de 65% entre outubro de 2016 e julho de 2021.

O número de agosto do IGP-M ainda não foi divulgado, ou seja, a variação do índice ficará ainda mais próxima do Ibovespa no mesmo período.

Na prática, isso significa que a Bolsa brasileira vem enfrentando há anos dificuldades de entregar ganhos reais para os investidores.

Ao mesmo tempo, os números mostram como a inflação vem ganhando terreno no país, especialmente nos últimos anos.

A aceleração do IGP-M se acentuou desde o começo do ano passado. Com a pandemia de covid-19, os governos do mundo todo, incluindo o Brasil, injetaram muito dinheiro na economia para tentar conter a crise provocada pelo avanço do vírus.

O problema é que a capacidade de produzir bens e serviços dos países permaneceu a mesma e até diminuiu, enquanto a quantidade de dinheiro em circulação aumentou consideravelmente.

E como já falamos outras vezes aqui no blog, a inflação de preços é um fenômeno monetário, ou seja, ela é provocada quando a oferta de moeda na economia aumenta sem que a quantidade de produtos e serviços cresça na mesma proporção.

Ganho real e sobrevivência no mercado

Como mostramos, o investidor que concentrou suas aplicações apenas em ações brasileiras teve um rendimento pouco expressivo nos últimos anos quando consideramos a inflação do período.

Isso mostra a importância de entender o cenário base, conseguir antecipar alguns movimentos do mercado e se expor de maneira convexa, diminuindo e limitando os riscos e aumentando consideravelmente as chances de ganhos.

“Para sobreviver e se permanecer como investidor ao longo de toda a vida, o investidor precisa ser humilde perante a incerteza. Além disso, é fundamental ter conhecimento de base para entender o cenário e conseguir montar uma exposição adequada”, afirma Richard Rytenband, economista e CEO da Convex Research.

Com essa filosofia de investimento bem definida e focada na preservação de capital, a Convex Research entrega retornos muito acima da média para os assinantes, promovendo ganho real e anulando os efeitos da inflação.

Para se ter ideia, o relatório CFM (Cripto Fragility Model) acumula 1414% de ganhos em dólares desde o dia 1º de janeiro de 2018 até 21 de agosto de 2021. Como base de comparação, o bitcoin subiu 218% no mesmo período.

Somente em 2021, o CFM obteve rendimento de 80%, bem acima da valorização do bitcoin.

Em outras classes de ativos, as recomendações seguem trazendo excelentes resultados. É o caso dos REITs (Real Estate Investment Trust), fundos que investem em imóveis nos EUA e cujo retorno da carteira atingiu 17,46% em dólares, incluindo reinvestimento dos dividendos, desde o começo de 2021. No mesmo intervalo de tempo, IFIX, índice que mede o mercado de fundos imobiliários (FIIs) brasileiro, acumula queda de 6%. “

IGP-M x IPCA

A comparação usada para o Ibovespa neste artigo foi o IGP-M, mas o  IPCA, que mede a inflação oficial do país, também vem mostrando forte alta e está bem acima da meta do governo. Em julho, o índice subiu 0,96%, acumuladando inflação de 8,99% em 12 meses.

Para entender a diferença entre o IPCA e o IGP-M, é preciso conhecer cada um dos índices. No caso do IGP-M, a maior parte (60%) é composta pelo IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo), que reflete a variação de preços no atacado. Esses preços são bastante afetados pela variação do dólar, o que explica uma parte da forte alta no ano.

Além do IPA, IGP-M também é composto pelo IPC (Índice de Preços ao Consumidor) e pelo INCC (Índice Nacional de Construção Civil), com 30% e 10% de participação, respectivamente.

Já o IPCA reflete os preços de um conjunto de produtos e serviços comercializados no varejo, referentes ao consumo pessoal das famílias com faixa de renda entre 1 e 40 salários mínimos.

Importante destacar que a alta do IGP-M tende a antecipar os movimentos do varejo. “Por ter maior peso de preços no atacado, o IGP-M sinaliza o aumento brutal dos custos das empresas, que estão tendo suas margens de lucro reduzidas e nos últimos meses, mesmo com a atividade econômica fraca, começaram a repassar os custos ao consumidor final. E a partir disso, o IPCA começou a subir também”, explica Rytenband.

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