Renda fixa dos EUA oferece retornos acima da média em “momento raro”, diz estrategista; saiba investir

A renda fixa é velha conhecida aqui no Brasil pelo histórico de juros altos do nosso país. Agora, uma combinação de fatores macroeconômicos globais está fazendo com que a renda fixa norte-americana também entre no radar dos brasileiros com um prêmio de juros muito bem maior do que a média.

William Castro Alves, economista e estrategista-chefe da Avenue Securities, corretora de investimentos conhecida por oferecer aos investidores brasileiros acesso ao mercado financeiro dos EUA, compartilhou a sua visão sobre esse contexto atual.

Quem pode investir em renda fixa nos Estados Unidos?

O estrategista explicou que é possível acessar o mercado de renda fixa norte-americano por meio de corretoras e bancos. No caso da Avenue Securities o procedimento é bem simples: é exigido apenas um comprovante de residência e um documento com foto – ambos brasileiros.

“A grande diferença é que a Avenue fornece acesso irrestrito a qualquer tipo de investidor, sem valores mínimos. Grande parte das instituições requerem um tíquete mínimo que, em muitos casos, tem que ser bastante elevado, como US$500 mil, US$1 milhão para você abrir a conta.”

Com a conta aberta, basta realizar uma transferência do tipo TED (que cai na conta no mesmo dia útil) ou do tipo PIX a partir do banco de preferência. Em seguida, você tem que fazer um câmbio através do próprio aplicativo da Avenue. “Feito o câmbio, você já consegue investir num título de renda fixa americana”, disse Alves.

Um alternativa mais acessível para todos os investidores, segundo o estrategista, é a aplicação em EFTs, que são fundos de investimento que refletem o desempenho de índices de renda fixa. A aplicação mínima é de apenas US$5.

Por que o cenário atual é vantajoso para o mercado de renda fixa dos EUA?

Alves apontou que o mercado de renda fixa nos EUA está oferecendo uma oportunidade rara para os investidores. “É algo que não se via há décadas. Se no passado recente tínhamos yields (rendimento) de 2% ou 3% para títulos de dívida, hoje encontramos títulos que pagam de 4% até 6%”, afirma.

Além do retorno do papel, o investidor deve levar em consideração a variação cambial. “Você está ganhando dólar mais 6% por exemplo. Isso faz uma diferença muito grande”, pontua Alves.

Um outro ponto fundamental é a importância de buscar diversificação geográfica e fugir do risco Brasil, que ainda enfrenta uma política econômica incerta.

“Esse tipo de investimento tem muito a ver com diversificação. É importante ter uma exposição a aplicações que não estejam somente atreladas ao cenário nacional”, destaca.

O que o investidor deve avaliar na hora de escolher um título norte-americano?

Alves recomenda que, principalmente em títulos de renda fixa, o investidor considere a qualidade de crédito do emissor.

“Se você está emprestando para o governo americano é uma coisa, se você está emprestando pra Ford é outra e se você está emprestando a Gol Linhas Aéreas é outra. São riscos de crédito diferentes”, lembra.

Outro ponto importante para se analisar é o prazo do investimento. “Quando você aplica seu dinheiro por um período maior, o risco tende a aumentar. Consequentemente, a possibilidade de retorno também.”

Segundo ele, a estratégia ideal é focada na construção de uma carteira diversificada, considerando o aspecto geográfico e de vencimento.

Vale à pena investir em títulos high yield?

Os títulos “high yield” pagam juros bem mais altos em relação à média do mercado, pelo fato do seu risco maior de crédito e inadimplência.

“Você ‘empresta’ dinheiro para uma empresa que tem uma qualidade de crédito menor do que a qualidade de crédito considerada ‘grau de investimento’. Ou seja, uma empresa que tem mais dívida proporcionalmente à sua capacidade de geração de caixa, de pagamento dessa dívida. Não quer dizer que essa empresa vai quebrar, não quer dizer que essa empresa não vai pagar, mas ela representa sim um maior risco e, como tudo no mercado, risco é relacionado a retorno.”, explicou William Castro.

Dessa forma, o economista diz que, especialmente considerando a geração de retorno adicional ou maior do que um título Investment Rate, o ativo high yield pode sim fazer parte de um portfólio de investimentos.

Um aspecto que vale ressaltar é que títulos de empresas brasileiras, como Bradesco e Embraer, são considerados nos Estados Unidos como high yield.

“Pelo simples fato de estarem localizadas num país de risco chamado Brasil. Então você está ganhando rendimento em dólar para uma empresa que você conhece e que talvez entenda que a percepção de risco não é tão elevada quanto o ‘gringo’ vê”, pontua.

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