Quem é Kamala Harris, provável candidata democrata à presidência dos EUA

A vice-presidente Kamala Harris emergiu como a sucessora natural para a candidatura do Partido Democrata à presidência dos EUA, após o presidente Joe Biden anunciar que não irá concorrer à reeleição.

A ascensão de Kamala marca uma reviravolta considerável para uma política considerada pouco popular. Aos 59 anos, ela garantiu apoios importantes e possui um forte apelo entre blocos de eleitores fundamentais para os democratas, destacando-se como a primeira mulher negra a ocupar a vice-presidência dos EUA.

No entanto, ainda existe a possibilidade de que outros candidatos concorram à indicação do Partido Democrata.

O que as pesquisas dizem sobre Kamala Harris?

Em uma pesquisa da Bloomberg News/Morning Consult realizada no início de julho, 46% dos eleitores dos estados-pêndulo (considerados indecisos) disseram confiar em Kamala para assumir a presidência no lugar de Biden, caso ele não pudesse concorrer. Cerca de 77% dos democratas desses estados disseram apoiar a vice-presidente para substituir Biden se ele não pudesse continuar.

Em uma pesquisa anterior, realizada em maio, ela estava atrás de Trump por 7 pontos percentuais em um confronto hipotético em 7 estados decisivos – uma diferença maior do que os 4 pontos de vantagem que Trump tinha sobre Biden na pesquisa.

Após o desastroso debate entre Biden e Donald Trump, apareceram sinais encorajadores para uma possível candidatura da vice-presidente. Uma pesquisa da CNN mostrou Kamala atrás de Trump por 45%-47% em um confronto hipotético. Nesta mesma pesquisa, Joe Biden estava atrás de Trump por 43%-49%.

Qual é o histórico dela?

Kamala é filha de Shyamala Gopalan, uma imigrante indiana e pesquisadora de câncer de mama, e de Donald Harris, um jamaicano que se tornou professor de economia da Universidade de Stanford. Harris frequentemente cita sua mãe como seu principal modelo.

Em seu livro de memórias, “The Truths We Hold: An American Journey”, ela lembra de sua participação em protestos pelos direitos civis com seus pais quando criança, eventos que inspiraram sua decisão de seguir carreira como advogada e, posteriormente, na política. Harris se identifica como cristã, mas também frequentou templos hindus com sua mãe durante a infância. Seu marido, Douglas Emhoff, é judeu.

Kamala possui graduação pela Universidade de Howard e pela UC Law San Francisco. Ela iniciou sua carreira como promotora adjunta em Oakland, Califórnia, em 1990, lidando com casos de violência doméstica e abuso infantil.

A trajetória antes de se tornar vice-presidente

Kamala Harris foi pioneira em quase todos os cargos que ocupou. Em 2003, foi eleita promotora distrital de São Francisco, tornando-se a primeira mulher negra a ocupar essa posição. Posteriormente, foi eleita como a primeira afro-americana e a primeira mulher a servir como procuradora-geral da Califórnia.

Ela se autodenomina uma promotora progressista, frequentemente destacando que uma de suas principais prioridades é a reforma da justiça criminal. No entanto, ela enfrentou críticas, principalmente da esquerda, por seu histórico de aumento nas condenações.

Em 2016, Kamala foi eleita para o Senado dos EUA representando a Califórnia. Como membro do Comitê Judiciário, ela ganhou notoriedade por suas interrogações incisivas de funcionários e indicados da administração Trump.

Sua campanha presidencial de 2020 começou com grandes expectativas, mas terminou antes das primárias de Iowa, devido à dificuldade em transmitir uma mensagem clara aos eleitores e problemas internos na sua equipe. Ela retirou-se da corrida em dezembro de 2019, sendo escolhida por Biden como sua vice em agosto de 2020.

O que ela fez como vice-presidente?

Como vice-presidente, Kamala enfrentou alguns desafios, incluindo críticas por seu papel em abordar as causas da migração enquanto aumentavam as travessias na fronteira EUA-México. Além disso, precisou lidar uma alta rotatividade de funcionários no início de seu mandato, com alguns ex-assessores a descrevendo como uma chefe exigente.

No último ano, ela se posicionou firmemente contra a violência armada e as restrições ao aborto. Ela viajou pelo país para se comunicar com eleitores que Biden teve dificuldades em alcançar, aparecendo frequentemente diante de públicos de pessoas negras e jovens eleitores, que, segundo pesquisas, estão entre os blocos mais desiludidos da base democrata. Uma de suas frases recorrentes é “Eu amo a Geração Z.”

Quem são os potenciais candidatos a vice?

A expectativa é que Kamala escolherá um governador democrata de um estado-pêndulo, como o governador da Pensilvânia, Josh Shapiro, ou o governador da Carolina do Norte, Roy Cooper. Também estão na lista o governador de Kentucky, Andy Beshear, e o secretário de Transportes, Pete Buttigieg.

Outra opção é o senador do Arizona, Mark Kelly. Ex-astronauta e piloto de combate da Marinha, Kelly entrou na política após sua esposa, a ex-representante Gabby Giffords, ser baleada em 2011. Ele venceu a eleição em 2020, ocupando a vaga de John McCain.

Quais outros democratas poderiam desafiar Harris pela indicação?

Preocupações com a candidatura de Kamala fazem alguns democratas considerarem outros nomes, como os governadores Gavin Newsom, da Califórnia, JB Pritzker, de Illinois, e Wes Moore, de Maryland. Pritzker, um bilionário, teria a vantagem adicional de recursos financeiros consideráveis para uma candidatura à Casa Branca.

Ao contrário de Kamala, esses governadores não carregam o peso do histórico econômico e político de Biden. Ela, no entanto, possui uma vantagem significativa: como vice-presidente, pode utilizar os US$ 96 milhões que a campanha de Biden tinha em caixa quando ele saiu da corrida presidencial. Um novo candidato não teria acesso imediato a esses recursos e começaria com saldo zero.

Receba nossa

Newsletter

Novidades e informações importantes sobre a Convex

Relacionados

Preserve o Seu Patrimônio

Seja um Assinante Convex

Entre em contato para saber mais sobre nossas soluções e ferramentas para que você se torne um investidor global.