Brasil deve crescer menos que G20 e inflação global preocupa, diz OCDE

A economia brasileira segue com muitos desafios e as consequências da pandemia de Covid-19 ainda devem impactar o país por um bom tempo.

Em relatório semestral com perspectivas para a economia global, a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) manteve a previsão de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro em 3,7% este ano, mesmo número que havia sido divulgado pela entidade em março.

No entanto, neste período de dois meses, a entidade melhorou as projeções de aumento do PIB mundial neste ano (5,8%) e dos países do G20 (6,3%), da zona do euro (4,3%), e de emergentes como China (8,5%) e Argentina (6,1%).

Outros países da América Latina também devem ter um crescimento maior do que o Brasil em 2021. É o caso da Colômbia (7,6%), Chile (6,7%) e México (5%).

A organização ainda revisou para baixo a previsão do PIB do Brasil no próximo ano, passando de 2,7% para 2,5%. Para a OCDE, a economia brasileira só deverá retornar ao patamar pré-pandemia a partir do terceiro trimestre de 2022.

A OCDE apontou a forte recuperação da economia no fim de 2020,  mesmo com alto número de doentes e mortos  pela pandemia, mas destacou que a recuperação depende do controle do vírus.

A entidade aponta que a vacinação contra a covid-19 no Brasil “está lenta, apesar da capacidade local de produção de imunizantes”.

Segundo o relatório, os governos devem usar todos os recursos necessários para acelerar a vacinação em todo o mundo, investir na transformação digital e sustentável e manter o apoio focado na renda de indivíduos e empresas até que as economias possam ser totalmente reabertas.

Inflação preocupa

A OCDE também alertou para o aumento da inflação em muitos países nos últimos meses.

Segundo a entidade, a inflação deve avançar em economias desenvolvidas e emergentes nos próximos doze meses, ainda a nível moderado.

No entanto, há alguns riscos que podem elevar os níveis de preços além do esperado, tais como a combinação de gargalos na cadeia de suprimentos global e uma possível alta mais acelerada do consumo privado nos países desenvolvidos.

Já os emergentes correm riscos de maior depreciação de moedas locais e aumento de preços de alimentos e de energia.

No Brasil, o IGP-M (Índice Geral de Preços-Mercado) acumula alta de 37,04% em 12 meses, de acordo com dados da FGV (Fundação Getulio Vargas). Apenas no mês de maio, a variação do indicador atingiu 14,10%.

Já o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação oficial do país no varejo, acumula alta de 6,76% em 12 meses até abril, acima do teto da meta estipulado pelo governo.

Nos EUA, a inflação  ficou em 0,8% em abril, o maior resultado para o mês em 12 anos. O número veio acima das expectativas do mercado, que previa inflação de 0,2%. Em 12 meses, a inflação atingiu 4,16% no país.

Em um relatório recente da FGV (Fundação Getulio Vargas), o economista Samuel Pessôa destacou  a alta da inflação de serviços que não estava na projeção de muitos analistas. “Serviços  ligados à energia subiram 0,54% em abril e 2,48% em 12 meses. Uma série de serviços foi desorganizada com a epidemia e a reconstrução da oferta levará algum tempo”, alertou.

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