Crise hídrica faz do setor de energia o principal vetor de inflação no país

A crise hídrica tem transformado o setor de energia elétrica no principal responsável pela inflação de preços no Brasil em 2021.

Em agosto, o IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor -15), considerado a prévia da inflação oficial do país, registrou alta de  0,89%. Esse resultado é o maior para um mês de agosto desde 2002, quando atingiu 1,00%.

Com aumento de 5% no mês, a energia elétrica exerceu o maior impacto individual no resultado do IPCA-15, sendo responsável por 0,23 ponto percentual no índice do mês, segundo informações do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Para os economistas da FGV, esse forte impacto do setor elétrico nos índices de preços deve continuar.

“A crise hídrica consolidará o setor de energia como principal vetor da inflação em 2021. A classe de preços administrados afetará os resultados do IPCA até setembro, meses em que a taxa em doze meses permanecerá acima de 9%, sendo este o provável ápice da inflação em 2021”, afirma o relatório Boletim Macro, divulgado pela FGV IBRE.

De acordo com os economistas, a partir de outubro, a inflação poderá recuar, mas ainda assim deve fechar o ano em torno de 7,8%, bem acima do teto da meta do governo.

Se for adotada uma bandeira tarifária menos onerosa no último trimestre, o IPCA poderá encerrar o ano em torno de 7%.

Seca pode se estender

Segundo a FGV, mesmo que os efeitos da seca sejam mais intensos no inverno, a situação tem grande chance de a seca se estender até o final do ano, reduzindo ainda mais os níveis dos reservatórios.

Para se ter ideia do tamanho do problema, os níveis atuais dos reservatórios  são semelhantes aos da crise hídrica de 2001/2002.

Com a extensão do período mais seco, a Aneel poderá inclusive promover novo reajuste da bandeira vermelha patamar 2, passando o valor, para consumo a cada 100 kw/h, de R$ 9,49 para R$ 11,50.

“Esse reajuste de 21%, provocará aumento aproximado de 3% nas contas de energia em todo país.”, diz a FGV.

Além os preços da energia, safras importantes, que foram afetadas por seca e geadas, podem ser ainda mais comprometidas pela falta de água, pressionando ainda mais o preço dos alimentos produzidos no país.

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