Desigualdade social cresce mais no Brasil do que em outros países

A desigualdade social e a insatisfação com políticas públicas aumentaram mais no Brasil do que em outros países durante a crise provocada pela pandemia de Covid – 19, segundo um levantamento realizado pelo Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas (FGV Social), com dados internacionais do Gallup World Poll.

O estudo mostra o impacto relativo da pandemia sobre a percepção da população em relação a temas ligados a políticas públicas, como saúde, educação e meio ambiente. “Comparamos a performance brasileira nestas dimensões com a de um grupo de 40 países (média simples), contrastando resultados colhidos durante a pandemia com os observados”, afirma Marcelo Nery, diretor do FGV Social.

De acordo com a entidade, a pesquisa revela piora da média no Brasil muito maior que a do conjunto de outros países na avaliação dos sistemas de saúde e de ensino, além de do cuidado com as crianças e com a sua capacidade de aprendizagem.

“Além da maior perda média em todos os cinco indicadores subjetivos, houve aumento de desigualdade no Brasil. Ou seja, a piora social brasileira foi mais forte entre os segmentos de renda mais baixos em relação aos segmentos mais altos (…) O Brasil na pandemia virou uma máquina ímpar de gerar desigualdades presentes e prospectivas”, afirma Nery.

Saúde

A qualidade percebida do Sistema de Saúde foi analisada com base na seguinte questão de pesquisa: Na cidade ou área onde você mora, você está satisfeito ou insatisfeito com a disponibilidade de cuidados de saúde de qualidade?

Em relação à população brasileira, houve queda de cinco pontos percentuais da população satisfeita com este tema. Já nos outros países do estudo, o levantamento percebeu um aumento de 1,05 ponto percentual de satisfação com a área da saúde. Ou seja, a média geral da satisfação com o sistema de saúde piorou no Brasil e melhorou no resto do mundo.

“O que se observa é que a queda da qualidade percebida da saúde foi maior entre os pobres no Brasil, oposto do que foi observado no resto do mundo (…) A piora Brasileira e a melhora mundial são ambas puxadas pelos 40% mais pobres”, afirma Nery.

Educação

De acordo com o levantamento, a parcela de pessoas satisfeitas com o sistema educacional no Brasil caiu de 56% em 2019 para 41% em 2020, uma redução de 15 pontos percentuais.

Já nos outros países usados no levantamento, a média caiu de 63,98% em 2019 para 60,20% em 2020, uma redução de 3,78 pontos percentuais.

“Isso significa que o Brasil perdeu 11,23 pontos percentuais em relação à média internacional, aumentando a diferença de satisfação educacional entre Brasil e Mundo”, afirma Marcelo Nery.

Ainda segundo o estudo, no Brasil, a proporção de pessoas que acreditam que as crianças estão aprendendo e crescendo caiu de 49% em 2019 para 39% em 2020 (uma perda de 10 pontos percentuais).

Enquanto isso, nos outros 39 países ouvidos para a pesquisa, a média caiu de 75,10% em 2019 para 70,73% em 2020 (queda de 4,38 pontos percentuais). “Isso significa que o Brasil perdeu 5,63 pontos percentuais em termos relativos”, pontua Nery.

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