6 golpes mais comuns envolvendo criptomoedas e NFTs

Vivemos um momento de rápido desenvolvimento de projetos inovadores e disruptivos a partir da tecnologia blockchain e das criptomoedas. NFT foi considerada a palavra do ano de 2021 pelo dicionário Collins, Bitcoin o melhor investimento do último ano. Como em qualquer setor de alto crescimento, pessoas mal intencionadas se amparam na falta de conhecimento técnico e na ganância de investidores que buscam retornos elevados em pouco tempo.

De acordo com uma pesquisa realizada em 2020 pelo Centro de Estudos Comportamentais e Pesquisa da CVM, as criptomoedas foram citadas por 43,3% daqueles que foram vítimas de golpes financeiros, sendo o produto financeiro com a maior incidência. Definidos pela CVM como “ativos virtuais, protegidos por criptografia, presentes exclusivamente em registros digitais, cujas operações são executadas e armazenadas em uma rede de computadores”, as fraudes com criptoativos atingiram a cifra de US$1,9 bilhão em 2020, conforme demonstra a empresa de inteligência em criptografia CipherTrace. Entre os crimes mais recorrentes que utilizam as criptomoedas como isca, podemos listar estelionato, pirâmides financeiras, coleta indevida de dados pessoais, entre outros.

Conversamos com Thata Saeter, diretora de operações da Convex Research, e uma  das maiores especialistas do Brasil em criptomoedas sobre alguns pontos de atenção e informações para você estar atento:

  1.  Phishing é um dos golpes mais comuns envolvendo comprimoedas

O termo se refere ao crime que realiza a coleta indevida de dados de usuários por meio de falsificação de identidade dos golpistas, que se passam por instituições ou terceiros. Esses dados podem ser obtidos por e-mail, SMS, telefone ou até mesmo mensagens de WhatsApp.

“A maioria dos ataques de phishing são realizados por meio de e-mails fraudulentos, especialmente projetados para convencer o usuário a entrar em um site e assim, coletar todas as suas informações”, explica Thata.

Portanto, é essencial sempre verificar se a conexão em um determinado site de uma corretora é seguro, evitar de clicar em qualquer link que chegue até você e não passar nenhuma informação confidencial quando solicitada por alguém, já que esses dados nunca vão ser pedidos por uma corretora de criptomoedas.

Além disso, procure identificar a origem dos e-mails e mensagens que chegam até você.

  1. Não caia na falácia de retornos rápidos 

Segundo dados do Chainanalysis, essa modalidade de golpe movimentou aproximadamente R$3 bilhões durante o ano de 2019. Favorecendo apenas aquele que está no topo do esquema, as pirâmides financeiras consistem em agregar um certo número de pessoas investindo no mesmo ativo, prometendo um percentual de ganho para cada um que entrar.

Essas propostas geralmente surgem como promessas de ganhos altíssimos em prazos curtos – outro aspecto que você também deve aumentar a atenção quando lida com criptomoedas.

“É importante compreender o funcionamento deste mercado, para não cair em falsas promessas, por isso, é essencial investir tempo em conhecimento de base”, recomenda Thata.

  1. Verifique sempre – Verify First

Reunir conhecimento de base serve é uma medida prévia para qualquer tipo de investimento, pois te dá as informações necessárias para saber com o que está lidando e quais providências tomar em cada tipo de situação.

Os golpistas geralmente se aproveitam daqueles que ainda não possuem conhecimento sobre o assunto, sempre alegando ganhos exorbitantes e promessas de dinheiro fácil.

Além de buscar conhecimento, não entre em mercados de criptomoedas você não conhece.

  1. Atente-se aos Scams – não olhe apenas para taxas, olhe para a segurança.

Antes de contratar os serviços de uma exchange, faça uma pesquisa prévia sobre a reputação da empresa em sites de reclamações do consumidor, busque vídeos, reportagens e outros tipos de conteúdo que possam te informar sobre o histórico da corretora.

Fora isso, se informe também se a corretora atua como uma instituição financeira regularizada e, em casos de anúncios de ICO (Inicial Coin Offering), cheque no site do CVM se o ofertante está registrado na autarquia ou se a oferta foi registrada ou dispensada de registro.

  1. Invista em uma Cold Wallet/Hardwallet

Principalmente para aqueles que investem em BTC como uma reserva de valor, ter uma Cold Wallet/Hardwallet é uma medida de segurança importante.

Por mais que as corretoras vem aumentando seu sistema de segurança, falhas e ataques ainda acontecem, portanto, não é prudente deixar seu patrimônio expostos a esses riscos.

No caso da cold wallet (carteira fria) – também conhecida como paper wallet -, as criptomoedas ficam armazenadas de modo offline, ou seja, sem conexão com a internet.

Parte do conceito de cold wallet, as hardwallets também são utilizadas para o armazenamento de criptomoedas, só que em um dispositivo externo que pode ser conectado a um computador para a transferência, como um pendrive, por exemplo.

Golpes com NFTs são cada vez mais comuns

Com a grande popularização das NFTs, também se proliferaram os scams. Nosso CTO, o cientista da computação Edilson Osório Jr., conta que a maior parte dos golpes com NFTs (Non Fungible Tokens) envolvem a prática de phising, solicitando acesso à carteira de forma camuflada ou pedindo as seeds (palavras-chave que compõem a sua chave-privada).

“Esse tipo de golpe normalmente tem como alvo os usuários ávidos por airdrops, que colecionam as mais diversas coins sem fazer qualquer juízo à qualidade do ativo que estão recebendo”, Osório aponta.

Além desse, segundo o especialista, alerta sobre algo que já foi observado no mercado, que é a tática de inflacionar o valor de um ativo. E como isso é feito?  Isso é feito quando o comprador e vendedor são a mesma pessoa. Essa é uma forma já utilizada para inflar o preço do ativo artificialmente para chamar mais atenção nos rankings. Muitas vezes o golpista transfere o NFT de volta para um endereço que o controlava antes, o que ai deixa o golpe bem evidente.

Um exemplo famoso é de um Crypto Punk comprado por $500 milhões de dólares, que depois foi enviado para a wallet inicial – e que só foi identificado por causa do rastro transparente e auditável que or blockchains públicos proporcionam.

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Como forma de se proteger desse tipo específico de golpe, Osório recomenda analisar o blockchain para identificar há qualquer tipo de relacionamento entre as wallets.

“Tem acontecido um grande número de casos em que o conteúdo da arte é copiado e, com a certeza de que as pessoas não estão fazendo as devidas verificações na assinatura do artista, acabam adquirindo o item falso ao invés do original. O falsificador apresenta esses NFTs com valores muito abaixo do valor do original, e as pessoas o adquirem pensando que estão fazendo um ótimo negócio”.

 

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