O que são as CBDCs?
A CBDC (Central Bank Digital Currency) é uma “moeda digital” emitida por um banco central. É quase como manter dinheiro eletrônico em uma conta bancária e usar seu cartão ou app do celular para enviar esse dinheiro para quem você quiser.
A diferença principal é que o dinheiro digital fornecido por um banco central – assim como as notas de papel – não incorrem no risco de contraparte, como por exemplo no caso dos bancos comerciais.
Como as CBDCs funcionam?
Há duas vertentes principais sendo testadas pelos bancos centrais: varejo e atacado. Em projetos de varejo, os consumidores poderiam ter acesso direto ao dinheiro digital do banco central dentro de uma conta bancária existente ou por meio de uma carteira oferecida por um provedor de serviços de pagamento.
Já no atacado, o foco está na exploração de tecnologias mais inovadoras para pagamentos e liquidações entre bancos.
A CBDC pode melhorar as operações de pagamentos?
Os pagamentos digitais poderiam ser liquidados mais rapidamente do que atualmente – até mesmo instantaneamente, eliminando o risco de crédito – e de forma mais barata.
Em países onde os métodos de pagamento eletrônico são pouco difundidos devido aos altos custos para os comerciantes, os pagamentos por cartão ou telefone poderiam se tornar mais comuns.
E as desvantagens?
A Dinamarca e alguns outros países descartaram o modelo de varejo para CBDCs. O argumento é que os bancos tradicionais que sustentam as economias fornecendo empréstimos poderiam ser enfraquecidos se os depositantes mudassem em massa para contas do banco central.
Há também uma preocupação com a perda de anonimato e o potencial de vigilância governamental.
Quem está experimentando?
Segundo o FMI (Fundo Monetário Internacional), cerca de 100 países estão em estágios variados de exploração. O eNaira da Nigéria entrou em circulação no final de 2021, a Índia está lançando seu primeiro piloto da rupia digital, e na China, centenas de milhões de consumidores já usaram o yuan digital durante seus testes.
Algumas das ilhas do Caribe Oriental que compartilham um banco central lançaram sua própria moeda digital, o DCash. Seu uso foi expandido para São Vicente e Granadinas em 2021 após a erupção de um vulcão; o lançamento foi visto como uma parte crucial dos esforços de recuperação
E os EUA?
Em 2020 o Fed anunciou um projeto para a criação do “Fedcoin”, que seria a moeda digital do BC dos EUA. No entanto, ainda não houve grandes avanços nesta direção.
Recentemente, o Banco Central dos EUA publicou um documento citando benefícios, mas enfatizando que não haverá um “Fedcoin” sem ação do Congresso.
Em novembro de 2022, um diretor do Fed de Nova York disse que uma moeda digital do banco central poderia reduzir o tempo necessário para liquidar transações de câmbio de dois dias para menos de 10 segundos.
Temos CBDC no Brasil?
No Brasil, o Banco Central vem desenvolvendo desde 2020 várias ações voltadas para a emissão em formato digital da moeda brasileira, chamada Drex. Em março deste ano, o BC iniciou os testes com uma plataforma-piloto para operações do Drex de forma experimental, com duração prevista até o fim de 2024.
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