Por que a “camada de experimentos” é tão importante para o Bitcoin?

O bitcoin e outras criptomoedas ganharam muita popularidade nos últimos anos. Mas junto com o aumento expressivo do número de investidores, surgem também uma série de dúvidas e polêmicas em relação aos criptoativos.

Entre elas, está a comparação entre o bitcoin e as altcoins, que fazem parte da “segunda camada” do ecossistema de criptoativos. No entanto, esse tipo de comparação faz pouco sentido e o ideal é encarar as altcoins como importantes aliados do próprio bitcoin.

Segundo a diretora de operações da Convex Research, Thata Saeter, os principais experimentos acontecem na segunda camada e só depois de darem certo é que são utilizados na criptografia do bitcoin.

“Quem fala que a camada de experimentos não tem importância para o bitcoin está na verdade desconsiderando parte do valor do BTC. O que vemos na prática é que todo ecossistema ao redor do bitcoin traz muito valor para ele próprio”, explicou Thata, durante live exclusiva para os alunos do treinamento Master em Bitcoin.

Richard Rytenband, CEO da Convex Research, também participou da live. Ele destacou que se não houvesse a camada de experimento, o bitcoin teria que se expor constantemente a um risco altíssimo, o que afetaria muito a sua negociação e a própria volatilidade.

“A camada de experimentos traz muito valor para o bitcoin. Se não houvesse essa camada, o bitcoin precisaria se expor ao risco da ruína para ver o que funciona e o que não funciona. Caso contrário, ficaria totalmente obsoleto, sem nenhuma aprimoração relevante”, disse.

Para exemplificar, ele comparou o bitcoin a um sistema natural.  “Imagine que uma espécie de raposa tivesse seu protocolo original totalmente imutável, sem nenhuma evolução. Se isso acontecesse, ela seria extinta em algum momento. Afinal, o meio ambiente vai mudando com o passar dos anos e as espécies precisam acompanhar essa evolução, mudando seu modo de vida”, afirmou.

Entenda as duas camadas

Os criptoativos podem ser divididos em duas camadas: na primeira, chamada de gênesis, está o bitcoin. Na segunda camada figuram os outros projetos de criptos, que fazem experimentos que ajudam no desenvolvimento do próprio bitcoin.

“Muitas pessoas acham que a comunidade de desenvolvedores do bitcoin é muito conservadora. Mas isso é excelente. Os experimentos acontecem de forma mais rápida na segunda camada e  quando eles dão certo são implementados na gênesis. É por isso que estes ativos também são mais voláteis do que o bitcoin”, afirma Thata Saeter.

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