As duas principais forças que pressionam para o Pivot do Fed

O início do corte de juros nos EUA, também chamado de “Pivot do Fed”, está cada vez mais próximo. O analista-chefe da Convex Research, Richard Rytenband, explica que existem duas forças que contribuem ainda mais para que o Banco Central dos EUA comece a diminuir os juros.

A primeira delas é a desaceleração da economia, que vem sendo notada especialmente em divulgações de dados do mercado de trabalho. Esta semana, por exemplo, o relatório “Job Openings and Labor Turnover Survey” (Jolts), chamou atenção do mercado.

O número de vagas de trabalho em aberto na economia dos EUA registrou queda em abril a 8,06 milhões, ante números revisados de 8,4 milhões no mês de março. O número veio abaixo das estimativas de analistas e representa o menor nível desde fevereiro de 2021.

O Fed tem dado grande importância a dados do mercado de trabalho em suas decisões sobre a taxa de juros”, explica Rytenband.

A segunda pressão vem da instabilidade e fragilidades no sistema financeiro, com bancos regionais enfrentando dificuldades. Problemas nos títulos do segmento comercial do mercado imobiliário persistem, e o último relatório sobre a situação das instituições financeiras nos Estados Unidos indica que mais de 60 bancos estão enfrentando problemas, com vários deles potencialmente à beira da falência.

“Diante desse cenário, a pressão sobre o Federal Reserve aumentou. Recentemente, a probabilidade de uma redução da taxa de juros para a reunião de julho chegou a 18%, enquanto anteriormente estava abaixo de 10%. Isso reflete uma mudança no mercado, que agora prevê quase dois cortes na taxa de juros para este ano”, diz o analista da Convex.

O Federal Reserve iniciou o ciclo de alta de juros em março de 2022, após um longo período de taxas próximas a zero implementadas para estimular a economia durante a crise financeira de 2008 e a pandemia de COVID-19. Esse aumento foi motivado por uma inflação crescente e um mercado de trabalho aquecido. Desde então, o FED aumentou as taxas em várias ocasiões, até o nível atual, entre 5,25% e 5,5% ao ano.

Em junho de 2023, o FED decidiu pausar os aumentos e manter a taxa de juros inalterada, observando os efeitos das elevações anteriores na economia.

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