BC do Japão aumenta juros pela primeira vez em 17 Anos

O Banco do Japão (BoJ) anunciou na última terça-feira (19) o término de sua longa política de taxas de juros negativas, optando por elevar as taxas pela primeira vez em 17 anos.

O BoJ definiu as novas taxas de curto prazo em um intervalo de 0 a 0,1%, expressando confiança de que está perto de alcançar a meta de inflação de 2%.

Esta mudança de política coloca o Japão em linha com outras economias globais, encerrando um período de taxas negativas e adotando uma postura mais tradicional em termos de política monetária. A decisão não alcançou consenso entre os membros do comitê, com dois dos nove conselheiros votando contra.  

“O Japão deixa para trás uma era de experimentos monetários, que manteve a taxa de juros negativas por bastante tempo. Agora estamos em outro tipo de configuração que também é dolorosa para a economia global: estagflação combinada com uma longa onda de desglobalização”, afirma  Richard Rytenband, analista-chefe da Convex Research.

O BoJ também encerrou o controle da curva de rendimentos para títulos governamentais de 10 anos e interrompeu as compras de fundos negociados em bolsa (ETFs) e investimentos imobiliários japoneses (J-REITs), planejando reduzir gradualmente a compra de títulos corporativos antes de pará-la completamente em aproximadamente um ano.

Política de juros negativas

A política de juros negativos no Japão começou em 2016, como uma medida extraordinária para combater a deflação persistente e estimular o crescimento econômico, incentivando bancos a emprestar mais dinheiro e empresas e consumidores a gastar mais, em vez de manter o dinheiro em poupança.

Com taxas de juros negativas, os bancos são cobrados por manter excesso de reservas no banco central, o que deveria teoricamente motivá-los a aumentar o empréstimo para obter retornos melhores.

Esse regime de taxas de juros negativas fez parte de um conjunto mais amplo de políticas monetárias não convencionais, incluindo controle da curva de rendimentos e compras massivas de ativos, para tentar atingir a meta de inflação do BoJ de 2%.

 Apesar dessas medidas, o Japão lutou para sustentar uma inflação significativa, enfrentando desafios como demanda doméstica fraca, envelhecimento populacional e pressões deflacionárias globais. A política de juros negativos foi controversa, com debates sobre sua eficácia e impacto no sistema financeiro, especialmente para a lucratividade dos bancos.

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