Banco Central brasileiro perdeu a credibilidade?
Richard Rytenband e o Gestor Pedro Cerize, fundador da Skopos Investimentos, participaram do painel Cenário Brasil – Oportunidades e Riscos, no Convex Day 2024. Com
A inflação segue em alta em todo o mundo e a cada divulgação dos índices de preços o mercado se dá conta do tamanho do problema. Nesta quarta-feira (10) foram divulgados indicadores de inflação no Brasil, EUA, China e Alemanha, além de outros países, mostrando que a pressão dos preços nas economias está cada vez maior.
No Brasil, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) acelerou para 1,25% em outubro, a maior elevação para o mês desde 2002. Com o resultado de outubro, o indicador acumula altas de 8,24% no ano e de 10,67% nos últimos 12 meses.
O número veio acima das projeções dos analistas, que esperavam uma inflação entre 0,92% e 1,19% no mês passado.
De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), todos os nove grupos de produtos e serviços pesquisados subiram em outubro, com destaque para os transportes (alta de 2,62%), principalmente por conta dos combustíveis (avanço de 3,21%).
A gasolina foi novamente uma das principais responsáveis pela elevação do indicador, com um impacto de 0,19 p.p. no IPCA após subir 3,10% no mês.
Esta foi a sexta alta consecutiva nos preços da gasolina, que acumula elevação de 38,29% no ano e 42,72% nos últimos 12 meses. A alta está relacionada aos reajustes aplicados pela Petrobras no preço do combustível nas refinarias. Além gasolina, houve aumento também nos preços do óleo diesel (5,77%), do etanol (3,54%) e do gás veicular (0,84%).
“O Banco Central continua correndo atrás, aumentando a intensidade do aperto monetário, enquanto a inflação continua surpreendendo. Este é o preço de meses de complacência da autoridade monetária, combinada com as ameaças de perda da âncora fiscal”, afirma Richard Rytenband, economista e CEO da Convex Research.
EUA
Nos EUA, o Departamento de Trabalho divulgou nesta quarta que o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,9% em outubro ante setembro, número bem acima das previsões do mercado, que esperava alta de 0,6%.
Quando consideramos apenas o núcleo do CPI, que exclui preços de alimentos e energia – considerados voláteis, o índice avançou 0,6% na comparação mensal de outubro, também superando as estimativas (alta de 0,4%).
Na comparação anual, o CPI avançou 6,2% em outubro, enquanto o núcleo teve elevação de 4,6%, o maior desde 1991.
“As pressões inflacionárias continuam avançando, assim como as expectativas futuras cada vez mais desancoradas (expectativa de inflação para os próximos anos continua subindo). O Fed (Federal Reserve, Banco Central americano) está a cada dia mais atrasado em relação à curva da inflação, o que tende a tornar o futuro ajuste na taxa de juros mais intenso e brusco do que originalmente seria necessário. Este movimento tem sérias implicações para a economia global e mercados”, afirma Rytenband.
China e Alemanha
O índice de preços ao consumidor da China também surpreendeu o mercado. Segundo o Escritório Nacional de Estatísticas, o CPI subiu 1,5% em outubro na comparação com o mesmo mês de 2020, enquanto analistas previam alta de 1,4%.
Na comparação mensal, o CPI avançou 0,7% e acumula alta de 0,7% entre janeiro e outubro deste ano.
Ainda na China, também foram divulgados hoje números da inflação ao produtor (PPI, na sigla em inglês), que subiu 13,5% em outubro na comparação anual. O índice, que mede a inflação no setor produtivo, ficou 1 ponto percentual acima do previsto por analistas. No acumulado do ano, o CPI da China acumula alta de 7,3%.
Por fim, a Alemanha divulgou que o índice de preços ao consumidor de outubro avançou para 4,5% em outubro (base anual), resultado mais alto desde agosto de 1993.
Richard Rytenband e o Gestor Pedro Cerize, fundador da Skopos Investimentos, participaram do painel Cenário Brasil – Oportunidades e Riscos, no Convex Day 2024. Com
No primeiro painel do Convex Day 2024, Richard Rytenband, analista-chefe da Convex Research, falou sobre o Cenário Macro Global, com foco na China e Índia.
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