Crise hídrica e a aceleração inflacionária preocupam, dizem economistas

A crise hídrica e o aumento da inflação no Brasil seguem entre as principais preocupações dos economistas da FGV (Fundação Getúlio Vargas). Em relatório publicado na última semana, eles apontaram que a forte queda do nível dos reservatórios vem provocando um forte aumento nos preços das tarifas, o que prejudica setores intensivos em energia e reduz o poder de compra das famílias.

“O aumento dos preços de energia, em um contexto de pressão inflacionária em outros grupos de bens e serviços, torna o cenário ainda mais desafiador. Com a abertura gradual da economia, é esperado um aumento da inflação de serviços, que segue ainda em patamares muito baixos”, afirmaram os economistas no mais recente Boletim Macro, produzido pela FGV.

Com isso, o núcleo de inflação deve permanecer em nível mais elevado também, sinalizando que os choques inflacionários podem estar se espalhando para outros preços da economia.

“De acordo com a última ata do Copom, o Banco Central está analisando atentamente o comportamento dos preços de serviços. Tudo indica que a normalização dos juros continue, possivelmente para além do nível neutro, piorando as condições de crédito para famílias e empresas”, destaca o relatório.

Em junho, a inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,53%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com isso, a taxa acumulada em 12 meses chegou a 8,35%, a maior para o acumulado de um ano desde setembro de 2016 (8,48%).

Para o economista André Braz, além das bandeiras tarifárias mais altas, os repasses que poderão ocorrer a partir da pressão sobre os custos de produção devem contribuir novos aumentos nos preços de vários produtos destinados à indústria ou ao consumo familiar, causando ainda mais inflação de preços.

Braz destacou que, em julho, o baixo nível dos reservatórios de água fez com que o governo adotasse a bandeira vermelha patamar 2, que ainda por cima sofreu reajuste de 52%, passando de R$ 6,24 para R$ 9,49 a cada 100 Kw/h consumidos.

“O impacto médio nas contas dos consumidores pode chegar a 8%, o que influenciará em 0,4 ponto percentual a inflação de julho. Além disso, a redução do volume de chuvas – normal para o inverno – tende a comprometer as condições de lavouras e pastagens, aumentando o risco de complicações em safras e na pecuária”, alertou o economista da FGV.

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