Desglobalização: os sinais e as consequências deste fenômeno

A desglobalização é um processo longo e contínuo que pode causar feridas “incuráveis” em grandes empresas, que enfrentam maiores restrições, embargos e barreiras entre países.

No livro Multinational and Global Capitalism, publicado em 2005, Geoffrey Jones aponta grandes ciclos de globalização e desglobalização: de 1840 até 1929 o mundo viveu um processo de globalização, com maior interação entre as nações e o comércio global.

Já entre 1929 e 1979, houve uma onda de desglobalização, seguida novamente pela globalização entre 1979 e 2008.

Desde então, nos últimos 15 anos, vivemos mais um cenário de desglobalização, com a desarticulação de alianças políticas e econômicas entre países, que colocaram em xeque a ideia do “mundo sem fronteiras comerciais”.

Este movimento foi acelerado ainda mais depois da pandemia de Covid-19, juntamente com a escalada do conflito entre Rússia e Ucrânia. Os sinais que já podem ser vistos são:

·  Protecionismo crescente de países com indústrias essenciais;

·  Tensões geopolíticas;

·  Aumento generalizado de preços;

·  Escassez de produtos por conta da transformação das cadeias de produção ao redor do mundo, como a desaceleração da economia chinesa.

Agora, paralelamente a esse processo, a economia global enfrenta a estagflação, considerada uma das maiores armadilhas econômicas.

“Na estagflação, se convive com baixo crescimento ou até mesmo momentos de recessão. E, ao mesmo tempo, ondas inflacionárias”, afirmou o economista e CEO da Convex Research, Richard Rytenband.

Países anunciam restrições e embargos

Nos últimos anos, manchetes de jornal com países anunciando restrições e embargos ao comércio internacional são cada vez mais comuns.

“Esse fenômeno já está presente na economia global desde 2008, mas se intensificou nos últimos anos, tendo como ingredientes a pandemia e o conflito Rússia – Ucrânia. A aceleração da desglobalização gera impactos negativos na economia global, com um arranjo contrário a uma dinâmica de cooperação e ganha-ganha”, comentou Rytenband.

Segundo ele, este arranjo tende a limitar o crescimento da oferta na economia e das inovações tecnológicas. No entanto, o setor de criptoativos deve representar uma alternativa para um para um movimento de maior liberdade econômica.

“Uma saída para lidar com esse forte vento contrário, pode ser o avanço do ecossistema das criptomoedas, com projetos descentralizados, imunes a tentativas protecionistas ou de censura. Nos próximos meses, vamos acompanhar de perto esta dinâmica”, completa Rytenband.

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