EUA: com medo de recessão, número de pessoas com mais de um emprego aumenta

Divulgado no dia 3 de novembro, o relatório de emprego payroll mostrou que a taxa de desemprego nos EUA subiu de 3,8% em setembro para 3,9% em outubro. Além disso, a criação de vagas (150 mil) ficou abaixo do esperado.

 Mas um dado pouco divulgado também mostra uma deterioração no mercado de trabalho norte-americano: O número de trabalhadores com mais de um emprego atingiu em outubro a máxima desde 1994, com 8,542 milhões de pessoas nesta situação.

 Recentemente, o MarketWatch fez uma matéria sobre o tema, mostrando a preocupação de economistas com esse dado.

De acordo com a publicação, o elevado custo de vida e o receio de uma demissão – principalmente em um cenário de potencial recessão – são os principais fatores que levam as pessoas a terem mais de um emprego no país. 

Mercado de trabalho apertado

No dia 6 de novembro, os economistas Serdar Birinci e  Carlos Garriga, do Fed de St. Louis, publicaram um artigo comentando a situação. “A economia dos EUA vive um dos mercados de trabalho mais apertados da sua história”, escreveram.

Entre os pontos negativos desta jornada maior de trabalho, eles destacaram a dificuldade de manter vários empregos e manter um equilíbrio saudável entre vida pessoal e profissional. “Trabalhadores com vários empregos também podem correr risco de esgotamento e outros problemas de saúde. Para os empregadores, uma pessoa empregada em mais de um cargo pode ser menos produtiva e mais propensa a cometer erros”, afirmaram.

De acordo com os economistas, o número de trabalhadores com mais de um emprego que possuem diploma universitário tem aumentado – movimento contrário daqueles que não possuem diploma na universidade, como mostra o gráfico abaixo. 

“Atualmente, cerca de 50% das pessoas com mais de um emprego possuem diploma universitário”, afirmam.