Juros e inflação em alta podem acrescentar R$ 360 bilhões no custo da dívida brasileira

A alta dos juros e da inflação no Brasil podem acrescentar até R$ 360 bilhões no custo da dívida pública mobiliária, segundo cálculos feitos pelo economista Sergio Goldenstein, da gestora Renascença, e publicados pelo jornal Valor Econômico.

De acordo com os dados mais recentes publicados pelo Tesouro Nacional, a Dívida Pública Mobiliária (em títulos) interna (DPMFi) estava em R$ 5,186 trilhões em setembro deste ano.

As contas do economista da Renascença consideram que a taxa Selic pode subir nove pontos percentuais (iniciando a partir em março deste ano) e que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) deve ficar 5,75 pontos acima da meta de inflação.

Segundo Goldenstein, o custo da dívida sobe R$ 30 bilhões a cada ponto de aumento da taxa Selic. Com isso, considerando apenas a dívida em LFTs (Letras Financeiras do Tesouro), o aumento chega a R$ 270 bilhões. Somando o custo da dívida em NTN-B (Notas do Tesouro Nacional – série B), de mais R$ 90 bilhões, o economista chegou no valor total de R$ 360 bilhões.

“Uma das consequências da inflação elevada é o aumento do custo da dívida pública. Se a dívida já estiver em patamar elevado (que é o caso do Brasil), com perfil ruim (prazo de vencimento de curtíssimo prazo), temos um problema ainda maior, pressionando o prêmio de risco de ativos brasileiros”, afirma Richard Rytenband, economista e CEO da Convex Research.

Além de piorar o custo de dívida pública, Rytenband destaca que a alta da inflação também dificulta o cálculo econômico para empreendedores e “atua como uma das máquinas mais nefastas de gerar desigualdades na sociedade”.

Inflação no Brasil deve ser maior que a de 83% dos países em 2021

De acordo com um levantamento do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), a inflação no Brasil deve fechar 2021 maior do que em 83% dos países do mundo.

O estudo, que leva em consideração dados de inflação global divulgados pelo FMI (Fundo Monetário Internacional), mostra que em outubro de 2020, 57% (108 países, em 191) dos países teriam uma inflação em 2021 menor do que a taxa brasileira.

Já em abril deste ano, o percentual subiu para 70% (134 países, em 192). E, finalmente, na última reunião do Fundo, em outubro de 2021, as projeções indicam que 83% (159 países, em 191) dos países do mundo devem apresentar uma taxa de inflação neste ano menor do que a taxa brasileira.

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