Na pandemia, BCs interviram mais que em 2008 e provocaram muita inflação

A intervenção dos governos nas economias durante a crise provocada pela pandemia de Covid-19 foi, de certo modo, parecida com o que ocorreu em 2008 e 2009, no auge da crise financeira global. No entanto, segundo o head de educação da Liberta Global, Fernando Ulrich,  a grande diferença foi a magnitude dos estímulos, que foram muito maiores do que há 13 anos e resultaram em um forte aumento da inflação, como era de se esperar.

“Foram trilhões de dólares criados em algumas semanas”, disse Ulrich, que participou na última segunda-feira (26) de uma aula exclusiva aos alunos do treinamento Master em Bitcoin, ministrado pela diretora de operações da Convex Research, Thata Saeter.

Além da maior quantidade de moeda emitida, ele também citou outra diferença entre a crise de 2008 e a de agora. “Daquela vez, os bancos centrais só compravam títulos dos governos. Agora, muitos estão comprando hipotecas. O BCE (Banco Central Europeu) e o Banco Central do Japão compraram bonds corporativos. O BC da Suíça começou a comprar ações há 7 anos e hoje é o maior acionista da Apple, para você ter ideia. Todos estão tomando muito mais risco”, explicou Ulrich.

De acordo com o especialista, as respostas fiscais também foram mais enfáticas. “O governo norte-americano começou a gastar muito no ano passado, oferecendo inclusive cheques para as pessoas.  Essa liquidez toda no sistema é o principal combustível inflacionário. Os EUA estão vivendo uma inflação que não se via há 30 anos”, destacou.

Em junho, o CPI (Índice de preços ao consumidor, na sigla em inglês) dos EUA subiu 0,9%, elevando a inflação anual a 5,4%, muito acima das projeções do mercado.

Thata Saeter destacou que o governo insiste que a inflação é transitória e tenta defender uma política que destrói o poder de compra da população. “As autoridades procuram narrativas para justificar o aumento de preços. Lembrando que quem mais sofre com a inflação de preços são as pessoas com menor poder aquisitivo”, afirmou.

Bitcoin

Especialista em criptomoedas, Ulrich também comentou sobre o momento atual do bitcoin durante a aula exclusiva.

“Ainda tem muito ruído que tende afetar os preços. Muita coisa pode trazer turbulência e volatilidade no curto prazo”, afirmou, destacando o exemplo desta segunda-feira, quando rumores de que a Amazon poderia passar a aceitar bitcoin como meio de pagamento fizeram a cotação da criptomoeda disparar.

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