Banco Central brasileiro perdeu a credibilidade?
Richard Rytenband e o Gestor Pedro Cerize, fundador da Skopos Investimentos, participaram do painel Cenário Brasil – Oportunidades e Riscos, no Convex Day 2024. Com
Algumas notícias e sinais passam despercebidos pelo grande público, como se não tivessem relevância ou não fossem importantes. O caso acima é mais um exemplo e este artigo visa explicar o que está acontecendo no mercado interbancário americano e os impactos nos nossos investimentos.
Antes de explicar o que são as REPO, Reverse REPO ou Operações Compromissadas, vamos entender por que os Bancos Centrais usufruem desta ferramenta.
A principal missão do Banco Central é garantir a estabilidade do poder de compra da moeda, ou seja, impedir uma inflação descontrolada e fora dos patamares considerados “normais”.
Várias são as teorias que tentam explicar a causa da inflação, mas para o nosso propósito, basta entender a inflação como um fenômeno monetário. Dessa forma, sempre que houver um ritmo de aumento da oferta monetária muito acima do aumento no nível de produtos e serviço – em outras palavras, um aumento da oferta sem o lastro da produção – maior tende a ser a inflação. Para controlar a liquidez o Banco Central utiliza, dentre outras ferramentas, as operações compromissadas como instrumento de política monetária.
O que são Operações Compromissadas ou Repurchase Agreement
Repurchase Agreement ou Repo, abreviado, são as transações conhecidas no Brasil como operações compromissadas. Nessas transações, a parte que vendeu um ativo – título de renda fixa, geralmente – assume o compromisso de comprá-lo de volta, enquanto o comprador assume o compromisso de revendê-lo ao vendedor original, em uma determinada data, a um preço já fixado.
Quando o FED (banco central americano) utiliza Repo, ele está comprando títulos (emprestando) das instituições autorizadas e com isso elevando a liquidez do sistema financeiro.
Já a Reverse Repo é a taxa que o Banco Central paga aos bancos comerciais para pegar recurso emprestado (melhor dizendo, neste caso ele vende títulos) e assim controlar a oferta monetária no país. Portanto, o aumento na reverse repo significa uma redução na liquidez do sistema.
Esse é o gráfico com as operações feitas nos últimos meses. Surpreendente?
Qual o motivo por trás disso?
A razão para esta política de drenagem de liquidez é o excesso de liquidez causado pelo próprio FED, mas com outro instrumento chamado Quantitative Easing (QE). O QE é um programa de compra de ativos pelo Federal Reserve, com critérios específicos através do qual são adquiridos Treasury Notes, Bonds e MBS (títulos de hipoteca). Se este for mesmo o motivo por trás do aumento das Reverse Repo, temos um sinal do fim do QE.
Muitos podem se perguntar “por que não simplesmente diminuir a injeção monetária”? Por mais que pareça simples, não é. O FED estabeleceu um compromisso público de compras mensais de títulos com o intuito de controlar a parte longa da curva de juros. No entanto, além do compromisso de compras de títulos, o FED estabelece também publicamente uma meta de taxa de juros e taxa de excesso de reserva. Caso a liquidez elevada não seja enxugada, os juros definido pelo mercado estariam em patamar negativo, o que não condiz com a taxa meta e levaria a mais endividamento das famílias e empresas.
Ativos no balanço do FED. Esse é o resultado do programa de compras definido pelo banco central.
O resultado desta política é o exagero visto em várias classes de ativos e um mercado desafiador para os investidores. Inclusive, dirigentes do FED começaram nas últimas semanas a falar de exageros no setor imobiliário, um pilar importante para a economia americana.
Resumo da história: o FED injeta liquidez com uma mão e a retira com a outra. Vamos ficar atento aos próximos capítulos.
Richard Rytenband e o Gestor Pedro Cerize, fundador da Skopos Investimentos, participaram do painel Cenário Brasil – Oportunidades e Riscos, no Convex Day 2024. Com
No primeiro painel do Convex Day 2024, Richard Rytenband, analista-chefe da Convex Research, falou sobre o Cenário Macro Global, com foco na China e Índia.
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