PIB dos EUA evidencia cenário de estagflação no mundo

O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos registrou queda de 1,4% no primeiro trimestre de 2022 na comparação anual, de acordo com dados do Departamento de Comércio norte-americano divulgados nesta quinta-feira (28).

A queda da atividade da maior economia do mundo evidencia um cenário que vem sendo alertado há algum tempo pelo economista Richard Rytenband, CEO da Convex Research: a temida estagflação, uma combinação entre baixo (ou nenhum) crescimento da economia e o aumento da inflação de preços.

“A dinâmica da economia global para os próximos trimestres tende a ser do tipo estagflação, com uma combinação de baixo crescimento / recessão com ondas inflacionárias. Este cenário ainda não foi totalmente precificado pelo mercado”, destacou Rytenband no último relatório Visa Ações, disponibilizado para assinantes da Convex.

Especialistas destacam que a combinação entre o choque de oferta – provocado principalmente durante o auge da pandemia de Covid-19, que interrompeu a produção em boa parte dos países– e os estímulos monetários, que injetaram muito dinheiro mundo afora, foi fundamental para a situação atual.

No começo de abril, o Departamento de Trabalho dos EUA divulgou que a inflação ao consumidor atingiu 8,5% em março no acumulado em 12 meses – a maior taxa desde dezembro de 1981. No mês, a inflação no varejo norte-americano subiu 1,2%.

PIB dos EUA já era esperado?

Enquanto a maioria do mercado ficou surpresa com a queda do PIB dos EUA, os analistas da Convex já previam uma redução da atividade no país.

“O número não nos surpreendeu. Este é um indicador atrasado, que mostra algo que já aconteceu há um bom tempo. Para posicionar nosso portfólio da melhor maneira nós usamos indicadores antecedentes, que antecipam o pulso da economia”, explica Renan Zanella, analista da Convex.

Para estar preparada para todos os cenários, a casa de análise utiliza indicadores de alta frequência, que mapeiam informações das economias praticamente em tempo real. “Essa desaceleração já tinha ficado clara”, afirma Zanella.

Cenário é global

É importante destacar que a queda na atividade econômica aliada ao aumento da inflação não está restrita aos EUA. Brasil, Europa e outras nações vêm enfrentando uma situação semelhante.

“Atividade econômica mundial entra em nova fase, caracterizada por desaceleração mais intensa. A inflação não tem dado trégua, no mundo e no Brasil”, afirmam os economistas Armando Castelar e Silvia Marios, da FGV (Fundação Getulio Vargas), em relatório.

Por aqui, a expectativa é de crescimento do PIB em torno de 0,65% em 2022, de acordo com o últimos Boletim Focus, do Banco Central.

Ao mesmo tempo, a inflação segue na casa de dois dígitos no acumulado de 12 meses, mesmo com o aumento da taxa de juros iniciado pelo Banco Central no ano passado.

Na Europa a situação também é parecida. Enquanto o crescimento econômico vem desacelerando, a inflação segue a galope.

O índice de inflação na zona do euro bateu um novo recorde em março ao atingir 7,5% em 12 meses, o maior nível registrado pela agência europeia de estatísticas desde 1997, quando os dados começaram a serem coletados no bloco.

Com a alta de preços e a queda na atividade em todo mundo, é preciso adotar estratégias adequadas de proteção.

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