PIB dos EUA veio acima do esperado, mas resultado não é sustentável

O PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA teve alta de 4,9% no terceiro trimestre, de acordo com a primeira estimativa divulgada na última semana pelo Departamento de Comércio do país.

O resultado ficou acima da estimativa de analistas, que projetavam uma alta de 4,3% no período.

Olhando apenas o número final, pode parecer que a economia norte-americana está “a pleno vapor”, mas é preciso entender que os componentes que levaram a este resultado não são sustentáveis.

De acordo com Richard Rytenband, analista-chefe da Convex Research, um dos componentes que mais impulsionou o PIB no terceiro trimestre deste ano foi o aumento do consumo, mas há um ponto importante aqui: os rendimentos dos norte-americanos estão caindo, enquanto o uso do crédito está aumentando.

Isso significa que esta pujança do consumo é baseada em um endividamento cada vez maior da população, o que é algo insustentável no longo prazo. “Ao mesmo tempo, a poupança das famílias está cada vez menor e já atingiu um patamar inferior ao período pré-Covid”, diz Rytenband.

Outro componente que teve forte contribuição para o resultado foi o aumento dos estoques, com quase 1,3 ponto percentual (p.p). As empresas se anteciparam aos movimentos grevistas e aumentaram consideravelmente seus estoques, mas a tendência agora é que estes estoques caiam, juntamente com a produção – por conta da greve.

Há um terceiro componente que impactou o PIB: os gastos do governo, que continuam em patamares elevados, impactando a situação fiscal dos EUA. “A diferença é que o país tem o privilégio de emitir o dólar, moeda utilizada como reserva de valor do sistema financeiro mundial”, destaca o analista.

Dados nem sempre refletem a realidade, diz megainvestidor

Poucos dias antes da divulgação do PIB dos EUA, o megainvestidor Bill Ackman, CEO e fundador da gestora Pershing Square Capital Management, fez uma publicação justamente para comentar sobre a importância de não se basear apenas em informações que são amplamente divulgadas pela mídia.

“A economia [dos EUA] está desacelerando mais rapidamente do que os dados sugerem”, afirmou Ackman em sua conta no X (antigo Twitter).

Ele também avisou que decidiu encerrar suas posições “short” (vendidas) em Treasuries de 30 anos. O gestor havia montado em agosto a posição vendida no valor de face desses títulos, o que indica que ele apostava na alta dos juros – a relação entre o preço de face e a taxa de juros é inversa, portanto, quando o preço do título cai, as taxas de juros sobem.

O megainvestidor disse que “há muitos riscos no mundo para permanecer com essas posições vendidas”, se referindo aos conflitos geopolíticos cada vez mais evidentes.

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