Principais formas de intervenção do Banco Central na taxa de câmbio

O Brasil possui um sistema de câmbio flutuante, cujo preço é determinado pelo mercado. Porém, o Banco Central possui mecanismos para realizar intervenções pontuais quando julgar necessário – foi o que aconteceu na terça-feira passada, quando a autoridade monetária realizou a primeira intervenção no câmbio desde 2022.

Richard Rytenband, analista-chefe da Convex Research, destaca que cada instrumento de intervenção do Banco Central tem um objetivo principal específico. “É fundamental entender cada mecanismo para podermos compreender melhor a política cambial do BC”, afirma.

Swaps Cambiais

São utilizados para conter momentos de alta volatilidade. Este instrumento não tem objetivo principal de impactar de forma direta o preço do dólar no país.

Leilão de linha

Utilizado para corrigir distorções no cupom cambial (taxa de juros em dólares no país). “O Banco Central vende parte das reservas, mas com compromisso de recompra em data definida (espécie de mercado a termo)”, explica Rytenband.

Venda definitiva de dólares à vista (spot)

A “venda definitiva de dólares à vista” é uma operação financeira em que o Banco Central vende dólares de suas reservas internacionais diretamente no mercado cambial. Essa ação tem o objetivo de fornecer liquidez em moeda estrangeira, influenciar a taxa de câmbio e estabilizar o mercado de câmbio do país.

Importante acompanhar a posição cambial líquida

De acordo com Rytenband, uma métrica importante para acompanhar é a posição cambial líquida do Banco Central. “Nesta ótica, as intervenções que não implicam em desembolso de dólares das reservas são deduzidas das reservas internacionais. A ideia é verificar o quanto das reservas internacionais estão comprometidas, ainda que parte das intervenções não representem a saída de dólares das reservas – como por exemplo os swaps cambiais, que são títulos indexados em dólares, mas pagos em reais”, explica o analista.