Queda no investimento estrangeiro no Brasil preocupa

O investimento estrangeiro no setor produtivo do país continua em queda. O chamado IDP (Investimento Direto no País) acumulado em 12 meses totalizou US$ 60,0 bilhões (2,89% do PIB) em setembro de 2023, ante US$65,9 bilhões (3,21% do PIB) no mês anterior, segundo dados do Banco Central.

O IDP é o saldo (diferença entre entrada e saída) dos recursos de longo prazo, utilizado em áreas de negócios e infraestrutura, por exemplo. Em janeiro de 2023, o IDP acumulado em 12 meses havia chegado a quase 4,5% do PIB, o que mostra uma redução importante ao longo do ano.

“É uma queda bem significativa dos investimentos diretos no Brasil. É preocupante, pois o país passa a depender mais de capitais de curto prazo e voláteis”, diz Richard Rytenband, analista-chefe da Convex Research.

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Ainda de acordo com os dados do Banco Central, a balança comercial de bens registrou superávit de US$7,2 bilhões em setembro deste ano, ante saldo positivo de US$2,1 bilhões em setembro de 2022.

As exportações de bens totalizaram US$28,7 bilhões, redução de 5,2% na comparação interanual. As importações de bens diminuíram 23,8%, na mesma base de comparação, totalizando US$21,5 bilhões.

O déficit na conta de serviços totalizou US$3,3 bilhões em setembro de 2023, aumento de 6,2% em relação a setembro de 2022.

Problemas que não estão no preço dos ativos

Além da questão do investimento estrangeiro, o Brasil enfrenta uma série de outras questões preocupantes, que ainda não estão sendo refletidas no preço dos ativos.

Os problemas fiscais, a reforma tributária pouco efetiva e a mudança de diretoria do Banco Central são alguns pontos de alerta que foram elencados pelo analista-chefe da Convex, durante o podcast Visa Ações, exclusivo para assinantes da Convex. Para ouvir alguns trechos, clique aqui e acesse nosso perfil no Spotify.

“A questão fiscal está ficando cada vez mais cristalina e o mercado passará a precificá-la, algo que não estava acontecendo. Tínhamos um rombo se desenhando e isso não  vinha sendo refletido no preço dos ativos, o que deve começar a mudar”, afirma Rytenband, analista-chefe da Convex Research.

Risco-Brasil

Todas essas questões também podem afetar o chamado o “Risco-Brasil”, que considera as particularidades da economia, sociedade e política nacionais e pode ser medido por indicadores como o EMBI+ e CDS (Credit Default Swap). O Rating (classificação de risco) emitido por agências como a S&P e a Moody’s também ajuda os investidores a classificar o risco de um país.

Criado em 1992 pelo banco norte-americano J.P. Morgan, o mesmo responsável por desenvolver o índice EMBI+  – que mede o risco em economias de países emergentes, o termo “Risco-país” consiste no grau de confiança que o mercado financeiro possui sobre a economia e capacidade de pagamento de uma determinada nação.

Este conceito é essencial para investidores estrangeiros, já que ter conhecimento da situação social, política e econômica de um país fornece a capacidade de mensurar as vantagens e desvantagens de realocar ativos naquele mercado.

Para se proteger do “Risco-Brasil”, é fundamental ter uma diversificação do portfólio em mercados globais, de forma que o seu patrimônio não esteja totalmente submetido ao contexto social, político e econômico de apenas uma nação.

“Desde bem cedo, meu pai me apresentou o chamado Risco-Brasil, mostrando que mesmo que apareçam muitas oportunidades no país, para sobreviver no longo prazo o patrimônio precisa estar diversificado globalmente, com boa parte em moeda forte. Caso contrário, em algum momento, o ‘Brasil te pega’. Quando se trata do seu patrimônio, jamais abaixe a guarda”, afirma Rytenband.

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