Selic volta para dois dígitos, mas BC sinaliza redução do ritmo de alta

O Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) decidiu aumentar a Selic em 1,50 ponto percentual para 10,75% na reunião encerrada na quarta-feira (2). A taxa básica de juros da economia voltou a ultrapassar os dois dígitos, algo que não acontecia desde julho de 2017.

Até março do ano passado, a Selic estava em apenas 2% ao ano, o seu menor nível histórico. Com a taxa naquele patamar, o BC perdeu o controle da inflação e o IPCA encerrou o ano passado em 10,06% – muito acima do teto da meta estipulada de 5%.

A verdade é que muitos economistas alertavam que o início do ciclo de aperto monetário (alta dos juros) deveria ter começado antes para tentar conter o avanço generalizado dos preços. Mesmo com atraso, já foram oito aumentos consecutivos e um total de 9,75 pontos percentuais de alta nos últimos 11 meses.

O que chamou a atenção foi o comunicado do BC após a última decisão. A autoridade monetária afirmou que, para as próximas reuniões, “antevê como mais adequada a redução do ritmo de ajuste da taxa básica de juros”.

Trocando em miúdos, o comunicado sinalizou que daqui para a frente a Selic deverá ter uma alta mais branda.

Para o Banco Central, também pesa o fato de que o aumento dos juros tem um efeito no custo da dívida pública. O BC tenta equilibrar os pratos para evitar um grande aumento na dívida pública federal e, ao mesmo tempo, conter o avanço dos preços no país.

Fica a pergunta se o nível atual da Selic será suficiente para trazer a inflação de volta para os trilhos, ao menos até o teto da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

No último Boletim Focus, que mostra a mediana das perspectivas de economistas, as apostas para o IPCA para 2021 passaram de 5,15% para 5,38% na última semana –  ou seja, o trabalho do BC não deverá ser fácil e corremos o risco de, mais uma vez, ultrapassar o limite superior da banda em 2022.

Para 2023, os analistas ouvidos para o Focus estimam a inflação mais próxima do centro da meta, que é de 3,25% ao ano.

No entanto, a inflação implícita nos preços de mercado ainda revela um número elevado, bem acima da meta. “Segundo estimativa da consultoria MCM, baseada nas taxas de DI (juros prefixados) e nas taxas dos DAPs (juros reais das NTNBs), o mercado projeta cerca de 5,7%”, aponta o economista Julio José Sena, da FGV (Fundação Getulio Vargas).

“Em síntese, os analistas ainda guardam certa desconfiança acerca da capacidade do BC de atingir seu objetivo numérico em 2023, enquanto os participantes de mercado revelam desconfiança ainda maior”, continua Sena, no último Boletim Macro divulgado pela entidade.

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