Reservar um imóvel pelo Airbnb nos grandes centros está ficando cada vez mais difícil. Em Nova York, entraram em vigor no começo de setembro novas regras que exigem que todos os anfitriões tenham um registro específico na cidade, pagando uma taxa de US$ 145 a cada dois anos. Além disso, os imóveis deverão cumprir regras rígidas de ocupação e de construção.
Entre as principais mudanças, o período mínimo de estadia em imóveis reservados pelo Airbnb passa para 30 dias.
A exceção é para aqueles imóveis onde os proprietários moram no local e alugam apenas um quarto – neste caso, o anfitrião deve estar presente durante toda a estadia, as portas do quarto não podem ser trancadas e são permitidos no máximo dois hóspedes.
O que diz a cidade
A administração da cidade argumenta que ao serem anunciadas no Airbnb, as habitações deixam de ficar disponíveis para os residentes, agravando uma crise de disponibilidade de imóveis na metrópole.
Além disso, NY afirma que recebe continuamente reclamações sobre anúncios ilegais, incômodo de vizinhos com ruídos, lixo excessivo, risco de incêndio e danos materiais.
Os anfitriões que violarem as regras poderão receber multas de até US$ 5.000 ou três vezes a receita gerada pela unidade, o que for menor.
A plataforma pode ser multada em US$ 1.500 por infração ou um percentual das taxas de reserva.
23 mil unidades em NY
De acordo com a empresa de análise de mercado AirDNA, o Airbnb possui cerca de 23 mil unidades na cidade de Nova York, das quais 7.500 não atendem aos critérios para solicitar uma licença na prefeitura.
Mais da metade dessas acomodações são alugadas com frequência e representam cerca de 40% da receita líquida do Airbnb na cidade de Nova York, segundo a AirDNA.
Impactos
Em um processo movido contra a cidade de NY, o Airbnb disse que as restrições “afetariam negativamente a subsistência” de muitos residentes que dependem da plataforma para obter renda.
Além disso, as regras privam os turistas de opções de hospedagem acessíveis, especialmente durante períodos de pico que coincidem com eventos como a Maratona de Nova York e as férias de Natal, quando os hotéis não conseguem acomodar toda a demanda.
As medidas adotadas também afetarão os resultados financeiros do Airbnb, já que Nova York está entre os cinco principais mercados da plataforma, atrás de Orlando, Los Angeles e Phoenix.
Florença
No começo de junho, a cidade italiana de Florença proibiu aluguéis de curto prazo em seu centro histórico.
Entre os motivos alegados pela administração da cidade estão a diminuição da oferta de imóveis de aluguel para residentes e o esvaziamento populacional, provocado pela falta de habitação.
Portugal
Em Portugal, foi a administração federal que entrou na briga contra o Airbnb. Desde março deste ano, as regras para anfitriões da plataforma ficaram bem mais rígidas. Para conter o avanço do que eles classificam como uma “bolha imobiliária” no país, as novas licenças para acomodações turísticas foram proibidas – exceto em áreas menos populosas, como localidades rurais.
Ao mesmo tempo, os anfitriões que já atuavam no país devem pagar uma taxa extra para poder seguir funcionando.