O ouro atravessou séculos como um ativo de valor incomparável na história econômica mundial, desempenhando um papel central em várias civilizações e impérios.
Mas será que nos tempos atuais ainda faz sentido utilizar o ouro como uma alternativa de investimento? Grandes investidores que se provaram no tempo, com retornos históricos muito acima da média, dizem que sim e explicam os motivos.
Um deles é Ray Dalio, fundador e copresidente do conselho de administração da Bridgewater Associates, uma das mais respeitadas gestoras de ativos global.
Dalio costuma dizer que quem não investe em ouro – ou pelo menos não considera a sua importância dentro do portfólio – ou não sabe de economia, ou não sabe de história.
Dalio criou em 1996 seu “All Weather Portfolio”, em português, Portfólio Todas as Estações. Inicialmente desenvolvido para gerir seu próprio patrimônio, o “All Weather” tinha como meta resistir a todas as crises do mercado.
Em 2016, Tony Robbins no livro “Money Master the Game” pediu a Ray Dalio a composição deste portfólio de forma que o investidor médio poderia imitar. A sugestão de Dalio inclui 7,5% do portfólio em ouro.
Um outro nome brilhante que defende a inclusão do ouro nos portfólios é Harry Browne, autor do chamado “Portfólio Permanente”, estratégia que ficou mundialmente conhecida e que foi explicada no livro de mesmo nome, escrito por Craig Rowland e J.M. Lawson.
Para estes grandes nomes do mercado, o ouro tem um papel fundamental no portfólio, ajudando a proteger a carteira em períodos de anomalias econômicas, como em caso de inflação elevada e até mesmo deflação – como ficou comprovado em um estudo feito em 1996 por Sam Hewitt, intitulado The Behavior of Gold Under Deflation.
O Portfólio Permanente discute o uso do ouro como um componente crítico para uma estratégia de investimento diversificada e resiliente. Harry Browne propõe que o ouro é uma importante proteção contra a inflação e instabilidade econômica. No contexto da estratégia do portfólio permanente, o ouro serve como um seguro contra graves perturbações financeiras, ajudando a preservar o valor do portfólio quando outras classes de ativos podem estar em declínio.
O conceito por trás do portfólio permanente é que ele é dividido em quatro partes iguais: ouro, ações, títulos de longo prazo e caixa ou equivalentes de caixa. Cada uma dessas categorias é pensada para responder de maneira diferente a várias condições econômicas, como inflação, deflação, recessão e crescimento econômico. O ouro, especificamente, é valorizado por sua capacidade de manter valor real em tempos de inflação e crise, agindo como um contrapeso aos movimentos de outros segmentos do portfólio.
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