Três investidores lendários e uma característica em comum: a convexidade

Investidores lendários que se provaram no tempo, como Warren Buffett, Jim Simons e Ray Dalio, têm algumas características em comum. Além de estarem sempre com a própria pele em risco (o famoso ‘skin in the game’), eles são mestres na arte da sobrevivência e souberam investir priorizando a preservação de capital.

“Eles sabem que a ordem do trajeto importa e são sempre humildes perante a incerteza”, diz Richard Rytenband, economista e CEO da Convex Research.

Isso nos leva ao a mais um ponto, que é a convexidade das exposições de todos eles. Afinal, seus investimentos são feitos de forma com que sempre percam pouco se estiverem errado e ganhem muito todas as vezes que suas teses estiverem certas.

Aliás, se você acha que esses grandes mestres se abalam com os possíveis erros que venham a cometer, está enganado. Eles têm uma estratégia bem definida, com a possibilidade de falha sempre calculada.

“Além de se libertarem da crença que é preciso comprar na mínima e vender na máxima, eles sabem que quando se expõem de forma convexa, a frequência de acertos não é o mais importante”, diz Rytenband.

Por saberem que os mercados nem sempre são eficientes, esses megainvestidores também aproveitam como poucos os momentos de desequilíbrios, distorções e as anomalias de preços.

“Todos estes são princípios de investimentos que eu aplico e que creio serem essenciais para quem deseja se manter investidor até o último dia de vida. Uma mensagem aos jovens investidores: incorpore essas características no seu dia a dia. Não relute em aplicar. Coloque em prática”, aconselha o CEO da Convex Research.

Quem são eles

Warren Buffett

Considerado por muitos o maior investidor do mundo, Warren Buffett é presidente da holding de investimentos Berkshire Hathaway e um dos maiores expoentes do value investig, tipo de análise que ele aperfeiçoou com seu mentor Benjamin Graham.

Nascido em 1930 na pequena cidade de Omaha, no estado norte-americano de Nebraska, ele é atualmente a quinta pessoa mais rica do mundo, com uma fortuna estimada em US$ 83 bilhões, de acordo com a Forbes.

Aos 90 anos, Buffett ainda está na ativa e entre as ações que sua empresa de investimentos possui estão Apple, Coca-Cola, Bank of America e American Express. (clique aqui para ler a matéria sobre Warren Buffett)

Jim Simons

Nascido no ano de 1938, em uma pequena cidade no estado de Massachusetts, Jim Simons é considerado um dos maiores matemáticos do mundo. Durante quase 30 anos, Simons trabalhou na área de geometria e topologia das variedades, desenvolvendo uma série de teorias e ajudando empresas com seus modelos matemáticos.

Seu enorme conhecimento de modelagem financeira o levou para Wall Street. Em 1988, aos 50 anos, Simons fundou a Renaissance Technologies.  Desde 1988, o fundo Medallion, criado por ele, tem um retorno anualizado médio de nada menos do que 39% já líquido de taxas de administração e de performance, o que o coloca entre os fundos de investimentos mais rentáveis do planeta.

Ray Dalio

Ray Dalio é fundador da Bridgewater Associates, a maior gestora de hedge funds do mundo, com cerca de US$ 140 bilhões sob custódia e mais de 1.500 funcionários. Nascido em Nova York, Dalio começou a investir com 12 anos e fundou a Bridgewater em 1975, dois anos após concluir um MBA na Harvard Business School.

A gestora fundada por ele utiliza a estratégia de alocação conhecida como de “risk parity“, que significa, em português, “paridade de risco”. Significa que o portfólio iguala as contribuições de risco de cada classe ativos e utiliza a alavancagem como ferramenta de ponderação de volatilidade.

Muito cuidado com aqueles que só falam

Não é difícil encontrar pessoas com pouca experiência no mercado, mas que já se autoproclamam como grandes investidoras. Ancoradas em uma estratégia de marketing agressiva, muitas delas se propõe a ensinar o segredo para a riqueza e prosperidade e saem por aí vendendo “fórmulas mágicas”.

Muitos desses “gurus” inclusive utilizam o termo skin in the game (pele em risco) para tentar chancelar a sua atuação no mercado financeiro. Eles argumentam que investem o próprio dinheiro, portanto, tudo que estão recomendando para os seus seguidores é aquilo que eles próprios fazem.

Mas cuidado. O conceito de skin in the game tem uma premissa para este tipo de caso: sempre que existe potencial de dano coletivo – ou seja, muitas pessoas perderem dinheiro – além da pele em risco, é necessário considerar quais foram os resultados durante um grande período de tempo.

“O skin in the Game pode ser uma ferramenta extremamente útil para filtrar as informações a que nos expomos, desde que sejamos capazes de analisar aqueles que se provaram no tempo colocando a própria pele em risco”, afirma Richard Rytenband.

Em resumo, sempre que houver possibilidade de prejudicar muitas pessoas, o skin in the game não basta. É necessário também mostrar resultados consistentes ao longo do tempo.

Um trecho do livro Pele em Jogo (Skin in The Game), de Nassim N. Taleb, pontua: “Há coisas que surgem na natureza sem qualquer explicação, mas aquilo que permanece é porque tem uma razão importante para isso”.

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