Cuidado com a busca pelo “timing”; “É nocivo para o investidor”, diz economista

Quem abre as redes sociais costuma se deparar com uma infinidade de perfis e anúncios prometendo ganhos acentuados com investimentos de risco, como ações, derivativos, criptomoedas, entre outros.

“Compre no fundo e venda no topo”, aconselham alguns influenciadores, criando a falsa sensação de que esse tipo de movimento é simples e existe uma “fórmula mágica” para aprender. Não existe.

 A verdade é que tentar acertar o “timing” exato das operações faz muito mais perdedores do que vencedores no mundo dos investimentos. Quem bate nesta tecla e faz o alerta é o economista e CEO da Convex Research, Richard Rytenband.

“A indústria do timing é uma das coisas mais nocivas para a mentalidade do investidor. Ela só serve para enriquecer quem vende essa ilusão”, alerta o economista.

No mercado financeiro, a palavra “timing” é utilizada como referência nas operações em que o investidor tenta acertar o exato momento de entrada e saída, tentando sempre ganhar o máximo de dinheiro no menor tempo possível.

“A ilusão de comprar na mínima e vender na máxima afasta os investidores das grandes oportunidades e do processo de acumulação e gestão do patrimônio”, destaca.

O próprio Rytenband aprendeu logo cedo a importância de sobreviver no mercado e ter um bom conhecimento. Seu primeiro investimento no mercado acionário aconteceu no começo dos anos 1990, na empresa Ferro-Ligas. Ele aplicou todo capital que tinha nas ações da companhia, que pouco tempo depois acabou falindo.

“Logo na minha primeira operação eu consegui perder tudo, mesmo com a minha tese de investimento se provando correta anos depois. Como a ordem do trajeto importa, não adiantou nada estar certo depois de anos, se eu já estava quebrado. Passada esta dura lição me preparei por anos com foco em sobreviver primeiro, para depois poder desfrutar dos retornos exponenciais que o mercado oferece”, diz o CEO da Convex.

Ele acrescenta que o que importa no mundo dos investimentos é o tempo – e não o timing.

“As grandes oportunidades (aquelas de mudança de patamar em termos de patrimônio) estão destinadas àqueles que estão vivos para aproveitá-las, enquanto a maioria já ficou pelo caminho por negligenciar riscos e correr atrás de ‘qualquer’ oportunidade”, explica.

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