Prévia da inflação no Brasil fica acima das projeções em fevereiro

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou nesta quarta-feira (23) o IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo -15) de fevereiro, que funciona como uma “prévia” para a inflação oficial do país.

A variação de 0,99% no segundo mês do ano foi a mais alta para o mês desde 2016 (quando o IPCA-15 avançou 1,42%) e também ficou acima das perspectivas dos analistas do mercado financeiro.

Pelas projeções do Broadcast, a expectativa era de uma alta de 0,53% a 0,96%, com mediana de 0,87%.

O avanço generalizado dos preços continua acentuado e tem feito com que os analistas revisem constantemente as projeções para a inflação em 2022. Para se ter ideia, no começo do ano, a expectativa para o IPCA divulgada pelo Relatório Focus, do Banco Central, era de 5,03%.

Nas últimas 3 divulgações do Focus, no entanto, as projeções aumentaram e agora estão em 5,56%.

Vale lembrar que o centro da meta do Banco Central para a inflação este ano é de 3,5%, com margem de 1,5 ponto percentual – o que significa que o teto para o indicador é de 5%.

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Os economistas da FGV (Fundação Getulio Vargas) destacam que gargalos na estrutura produtiva e aumentos acumulados por energia e combustíveis nos últimos 12 meses seguem pressionando os custos da produção industrial e da prestação de serviços, estimulando repasses.

No último boletim Macro divulgado pela instituição, o economista André Braz destacou que os preços de produtos industrializados e dos serviços devem persistir em alta por mais alguns meses, o que sustenta a recorrente revisão para a inflação de 2022.

“O futuro dos preços dos produtos industrializados e dos serviços livres é incerto, pois aqui deve-se levar em conta os gargalos da estrutura produtiva, o preço da energia, dos combustíveis e a trajetória da Selic”, afirmou Braz.

Veja as principais contribuições para o aumento da inflação do IPCA-15

No mês de fevereiro,  oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE tiveram variação positiva de preços.

 A exceção foi Saúde e cuidados pessoais, cujos preços recuaram 0,02%, após a alta de 0,93% verificada em janeiro. A maior variação (5,64%) e o maior impacto (0,32 p.p.) vieram do grupo Educação.

Na sequência, vieram Alimentação e bebidas (1,20% e 0,25 p.p.), que acelerou na comparação com o mês anterior (0,97%), e Transportes, que subiu 0,87% após queda de 0,41% em janeiro e contribuiu com 0,19 p.p. em fevereiro.

Os demais grupos ficaram entre o 0,15% de Habitação e o 1,94% de Artigos de residência.

Veja abaixo a tabela com os grupos pesquisados para o IPCA-15:

ipca 15

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